segunda-feira, 16 de maio de 2016

Projeto Interdisciplinar- Veterinária USJT




Introdução


Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência.

Parasita x Fisiologia

Fatores que podem alterar os mecanismos normais do animal são os: Genéticos, Estado nutricional do animal, Idade, Sexo e os Fatores imunológicos.
Um animal com algum desses fatores alterados se torna mais susceptível a doenças parasitarias, tornando o estado fisiológico normal de um animal em uma patologia.

Parasita x Semiologia

O animal infectado apresenta os sinais clínicos da doença por onde devemos iniciar a inspeção e diagnostico da mesma. Esse animal na maioria das vezes apresentará uma mudança comportamental que vai desencadear no proprietário a duvida do que esta acontecendo e o veterinário será responsável para descobrir o que houve com ele.

Parasita x Patologia Comparada

O veterinário deve pedir exames para chegar ou comprovar  o diagnostico final, mas todo resultado não pode ser dado sem antes realizar um exame histopatológico onde poderemos ver qual classe esse parasita pertence e qual doença ele causa.

Parasita x Farmacologia

Ao ser dado o diagnostico final o veterinário responsável irá medicar o paciente, nos casos parasitológicos temos os antiparasitários, como o benzimidazóis que age com absorção lenta mas com pouca toxicidade para que sua resposta farmacológica chegue sem causar maiores danos.

Parasita x Patologia Descritiva

Geralmente pode causar lesões na área afetada pelo parasita. Em alguns casos pode ser letal ao animal.  

domingo, 15 de maio de 2016

Sarna em suínos

Os suínos são suscetíveis a dois tipos de sarna a sarna sarcóptica e a sarna demodécica, a sarcóptica e a mais recorrente do que a demodécica, mas ambas geram grandes danos a condição corpórea dos suínos.

Sarcoptes scabiei

Mais conhecido como escabiose, com predileção da pele, pertencente da classe Arachnida e subclasse Acari, e ordem, Acariformes, subordem sarcoptiformes e família Sarcoptidae.
O Sarcoptes scabiei, quando adulto tem formato arredondado, as fêmeas medem 0,3-0,6 mm de comprimento e 0,25-0,4 mm de largura, os machos são menores que s fêmeas, podendo parasitar todos mamíferos domésticos e o homem.
O ciclo de vida ocorre no hospedeiro, os parasitas se reproduzem na superfície cutânea, a fêmea faz sulcos na superficie cutanea que tem ate 2-3 cm de comprimento podendo chegar a 5 mm por dia, cada fêmea ocupa um sulco, onde ela põe seus ovos durante 2 meses, 3-4 dias os ovo alcançam a maturação, o ciclo de vida de ovo a adulto dura de 17 a 21 dias, este ácaro tem dustribuiçao mundial, ou seja, nenhum país esta livre de um surto de ácaros.
fonte: M.A. Taylor, R.L. Coop & R.L. Wall, (2007) 3° edição, "Parasitas de suínos" Parasitologia veterinária.  Guanabara Koogan SA, página 293.





Sarna sarcóptica

Suínos com esse tipo de sarna comprometem seu corpo por coçarem constantemente, gerando sinais como perda de pelos, prurido e erupções papulares com eritema, com o tempo a pele se torna espessada e com crostas, o dano gera exsudatos e podendo ter danos secundários causados pelo ato de coçar do hospedeiro.
Nas áreas afetadas tem descamação na margem da lesão indicando a disseminação do ácaro, em casos graves à perda de apetite seguida por perda de peso, cegueira, comprometimento da audição e exaustão.

Patologia


O inicio e marcado por surgir eritema em volta dos olhos, focinho, e na parte externa das orelhas, axilas, e em frente dos jarretes, devido a pele ser mais fina. Escoriações são causadas nessas áreas afetadas formando escamas acastanhadas. Consequentemente, a pele fica enrugada coberta com lesões com crostas e espessas.


fonte: M.A. Taylor, R.L. Coop & R.L. Wall, (2007) 3° edição, "Parasitas de suínos" Parasitologia veterinária.  Guanabara Koogan SA, página 294.

Diagnóstico

O diagnostico para sarna sarcóptica inclui:
·         Observar  as pontas das orelhas sendo que são acometidas primeiro pelo fato do hospedeiro se esfregar e coçar.
·         Presença de prurido intenso que é característico da sarna sarcóptica, mas quando se tem ausência de prurido se exclui a possibilidade de ser sarna sarcóptica.
·         A sarna e altamente contagiosa, sendo raro encontrar somente um animal infectado em animais com contato estreito.

Epidemiologia

O contagio de novos hospedeiros se da pelo contato com animais infectados, as larvas estão presentes na superfície da pele, aumentando o nível de infestação. Pode ser transmitidos entre animais adultos e sendo que a mãe também pode infectar a prole ao nascimento. Existe também a possibilidade de infestação indireta, os ácaros têm mostrado a capacidade de sobreviver fora do hospedeiro entre 2 a 3 semanas dependendo do ambiente onde ele estiver, ou seja, é importante executar manobras profiláticas no ambiente de criação dos animais.

Tratamento

A sarna sendo diagnosticada, e de extrema importância o isolamento dos suínos, os fármacos utilizados são amitraz, cipermetrina, citronelal, clorpirifós, crotoxifós, fenclorfós, fenvalerate, ivemectina, lindame, metoxiclor, permetrina, fosmet, toxaphene.
O método mais eficaz para controle da sarna e o método puor-on (pulverização) a base de fosmete e também as lactonas macrocíclicas.

Controle

E comum tratar as porcas antes da maternidade, pois elas são o principal reservatório de infecção, sendo bem mais vantajoso tratar as fêmeas antes de parirem para que não infecte os filhotes com o parasita, melhorando até no índice de desenvolvimento dos filhotes.
E importante também tratar os varrões (machos escolhidos para reprodução) a cada 6 meses, sendo que quando este varrão escolhido seja de outra fazenda, recomenda-se que este animal fique em quarentena, para que não infecte as fêmeas durante a monta.
No tratamento de suínos já infectados, usa-se acaricidas semanalmente, sendo por aplicação direta ou de pour-on, ate que tenha-se a diminuição dos sinais. Os locais para aplicação são no dorso 3-7 dias antes do parto, e uma pequena quantidade da dose nas orelhas, como por exemplo pode ser usado lactonas macrocíclicas.


Sarna Demodécica

Demodex phylloides

Este parasita diferente do Sarcoptes scabiei tem predileção por folículos pilosos e glândulas sebáceas, com especificação nas pálpebras, pertencente da classe Arachnida, subclasse Acari, ordem das Acariformes, subordem Trombidiformes e família Demodicidae.
Com o corpo alongado, se afila gradualmente, tem até 0,1-0,4 mm de comprimento e quatro pares de pernas com pequenas garras rombas em adultos. Hospedam somente suínos.
Vivem somente na pele como comensais, ocupando folículos pilosos e glândulas sebáceas, as fêmeas chegam a depositar de 20-24 ovos em forma de fuso no folículo piloso, um unico folículo pode abrigar  pode abrigar todos os estagios do ciclo de vida deste parasita que são protoninfa octópode, tritoninfa e adulto, este ciclo dura de 18-24 dias.
Espécies de Demodex conseguemir muito mais profundo na derme do que os sarcoptídeos,e com isso sao muito menos acessiveis a acaricidas de açao superficial, porem este parasita so consegue viver no hospedeiro. Este parasita também tem distribuição mundial.
As infestações geralmente ocorrem na cabeça, com eritema, pápulas e espessamento da pele. Tem ruptura de folicular ou infecção secundarias, surgindo pústulas e nódulos.





Patologia

A parte ventral do abdome e pescoço, pálpebras e o focinho ficam envolvidos por lesões, iniciando-se por pequenas máculas vermelhas, que se desenvolvem em nódulos cutâneos com descamação superficial, liberando restos caseosos espessos brancos.

fonte:http://ww3.panaftosa.org.br/Comp/MAPA/5621217.pdf


Diagnóstico

Os exames para se ter uma confirmação da presença desse ácaro são de raspados profundos de pele, pois o Demodex phylloides se aloja muito fundo em folículos e glândulas, um método para conseguir raspar mais profundo com facilidade é segurando uma dobra da pele, aplicando parafina líquidae raspando até sangrar.

Epidemiologia

Sendo profunda na derme sua transmissão e mais difícil, a menos que se tenha um contato prolongado como no caso de fêmeas amamentando, porem esse tipo de sarna e muito raro em suínos.

Tratamento

Não existe tratamento em muitos casos, geralmente se resolvem espontaneamente fazendo com que o tratamento não seja necessário.
Fármacos organofosforados e lactonas macrocíclicas sistêmicas tem efetividade assim como no caso da sarna sarcóptica.

Controle

Pela raridade e por melhorar com o tempo o controle e raramente realizado.



Referência bibliográfica:

M.A. Taylor, R.L. Coop & R.L. Wall, (2007) 3° edição, Parasitologia veterinária. Guanabara Koogan SA, SBNIGRI.











Haematopinus suis

Haematopinus suis é um ectoparasita, da ordem Phthiraptera, subordem Anoplura e da família Haematopinidae, é um piolho grande castanho-acinzentado, com marcas marrons e pretas, que medem 5-6 mm de comprimento. É o maior piolho hematófago encontrado em animais domésticos. Tem a cabeça longa e estreita e peças bucais adaptadas para sugar sangue.
Haematopinus suis fêmea (Foto: Paul Leroy – França)

Durante a vida de cerca de um mês, as fêmeas depositam 1 a 6 ovos por dia, um de cada vez, que grudam nos pelos das partes inferiores do corpo nas pregas cutâneas do pescoço, bem como nas orelhas ou sobre elas, onde podem ser vistos a olho nu. A eclosão dá-se em 13-15 dias. As ninfas que emergem lembram os piolhos adultos exceto no tamanho. Em cerca de 12 dias, as ninfas amadurecem, tornam-se adultos e, em 4 dias, após se alimentar e copular, as fêmeas começam a pôr os ovos. O ciclo completo, de ovo à fase adulta, tem lugar no hospedeiro e é concluído em 2-3 semanas. Adultos podem viver até 40 dias, mas não podem sobreviver mais alguns dias fora do hospedeiro. Entre 6 e 15 gerações podem ser completadas por ano, dependendo das condições do ambiente.

Ciclo de vida do Haematopinus suis

Esse piolho é muito comum e costuma ser bem tolerado em baixa intensidade sem outros sinais além de irritação ocasional discreta. Em geral, ocorre nas pregas do pescoço e da queixada, em torno das orelhas, sobre os flancos e no dorso. A maioria das ninfas está na região da cabeça. No entanto, a irritação é causada pelas refeições de sangue pequenas mas frequentes, cada vez a partir de uma punção em local diferente, causando várias feridas.
Haematopinus suis (Foto: Landbrugsforlaget, billednr. 3008)

Em infestações maciças, os suínos ficam inquietos e não se desenvolvem. Em termos econômicos, o aspecto mais importante da pediculose em suínos provavelmente é o dano cutâneo decorrente de coçadura, com redução do valor do couro. Se adquirida por leitões, a infestação por Haematopinus suis pode retardar o crescimento. A transferência em geral é por contato, mas H. suis pode sobreviver até por 3 dias fora do hospedeiro, de maneira que a transferência pode também ocorrer quando animais são colocados em acomodações sujas recém-esvaziadas.
O Haematopinus suis é o único piolho encontrado em suínos. Os adultos são vistos com facilidade na pele e podem ser removidos e identificados por microscopia óptica.

Haematopinus suis

Tanto a epiderme como o cório podem ser acometidos por lesões inflamatórias nos locais de punção por picadas. Inicialmente, prevalece infiltração de neutrófilos com necrose de células epiteliais, seguida por proliferação capilar com multiplicação de angioblastos e fibroblastos.
 A epidemiologia ocorre por infecção primaria por contato físico entre suínos, particularmente em animais confinados sob regime de engorda e porcas lactantes confinadas com suas ninhadas. No entanto, os piolhos também podem ser adquiridos quando animais são colocados em acomodações sujas recém-esvaziadas.
O tratamento é feito com Avermectinas administradas por via parenteral ou o organosfosforado fosmet pour-on mostraram-se altamente efetivos como tratamento único. O amitraz e a deltametrina também são efetivos. Assim que o diagnóstico de pediculose é estabelecido, é fundamental tratar todo o plantel.

Referências Bibliográficas:
Taylor, M.A; Coop, R.L; Wall, R.L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Guanabara Koogan SA, 2007.
Wildcat Bluff, Johnson County, Illinois, EUA. 03 de dezembro de 2013.




Metastrongylus spp

O Metastrongylus é um verme branco e fino, com até 6cm de comprimento. Os hospedeiros intermediários deste parasita são os anelídeos (minhocas) representados por vários gêneros e espécies. Foram encontradas minhocas abrigando mais de 2.000 larvas de Metastrongylus spp. que eram viáveis após quatro anos.

Fêmeas (esquerda) e machos (direita).

Os animais normalmente se infectam pela ingestão das larvas liberadas pela ruptura da minhoca, durante o ato de fuçar dos suínos, ou sua própria ingestão quando contaminada. Os suínos novos são mais suscetíveis a doença e um animal infectado pode reter a infecção por vários meses e continuar a contaminar o meio ambiente.

Ciclo biológico Metastrongylus spp.

Os vermes adultos, localizando-se mais precisamente nos brônquios e bronquíolos, que uma vez afetados tornam-se obstruídos, interferindo na respiração normal. Pneumonia, tosse severa, dificuldade respiratória e perda de apetite podem ser evidências desta enfermidade, registrando-se ainda enfraquecimento e falha de crescimento em animais afetados, infecções severas chegam a causar mortes. Além desses efeitos, estes vermes são considerados portadores de agentes causadores de outras doenças, como o vírus da Influenza e da Peste Suína.  

Vermes em brônquio

A eliminação de ovos pode ser esporádica em suínos adultos. A doença é encontrada com mais frequência em suínos criados de forma extensiva, embora tenha ocorrido um surto ocasional em suínos confinados. A história de doença e os sinais clínicos também ajudam a estabelecer o diagnóstico.
A metastrongilose tem uma distribuição etária característica, sendo mais prevalente em suínos de 4-7 meses de idade. Pode ter alta prevalência em javalis. O parasita é comum na maioria dos países, embora surtos da doença não ocorram com frequência, provavelmente pelo fato de que a maioria dos sistemas de manejo de suínos não permitem acesso fácil de suínos a minhocas. Embora geralmente haja indícios de que a Metastrogylus pode transmitir alguns vírus de suínos e acentuar o efeito de patógenos já presentes nos pulmões, o papel do verme não foi comprovado de forma conclusiva.

  Extremidade posterior da fêmea
Extremidade anterior do verme













                                                          
                                                    


O diagnóstico desta enfermidade não é fácil, em virtude da falta de sinais clínicos característicos e da existência de outras doenças causadoras de tosse. Entre outras técnicas de exames fecais, o método de flutuação é efetivo para detectar ovos nas fezes quando se utiliza solução saturada de cloreto de sódio ou sulfato de magnésio. Entretanto, o melhor diagnóstico de infecção do rebanho é obtido através da necropsia, pela presença do verme e lesões características no pulmão. Uma acurada diferenciação de lesões por outras causas, é seguramente obtida nos exames histológicos.      

Ovo contendo larva
O levamisol é um princípio ativo bastante efetivo para o tratamento de suínos infectados com vermes pulmonares, ele vai inibir a atividade enzimática no músculo do parasita. O controle é extremamente difícil quando o manejo de suínos é extensivo por causa da onipresença e da longevidade dos hospedeiros intermediários, as minhocas. Em fazendas onde tenham ocorrido vários surtos, suínos devem ser confinados, medicados e o pasto infectado cultivado ou utilizado por outros animais.

Referências Bibliográficas:
Taylor, M.A; Coop, R.L; Wall, R.L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Guanabara Koogan SA, 2007.
Taira et al., 2003

                             

Hyostrongylus rubidus

O hyostrongylus rubidus é um parasita comumente conhecido pelo nome verme vermelho do estômago é acometido suínos e raramente coelhos.

Esses parasitas apresentam avermelhados finos de 4 a 9 mm de comprimento.


Os ovos saem nas fezes e em 24 a 48 horas caem no meio ambiente e em condições favoráveis (temperatura e umidade) as larvas se desenvolvem. A infecção ocorre por ingestão das larvas presente na água e/ou alimentos,essas se desenvolvem dentro das glândulas gástricas  em duas semanas. Após isso voltam para a luz do estômago. As larvas podem permanecer por vários meses na mucosa gástrica, onde provocam a formação de nódulos.

Ciclo biologico Hyostrongylus Rubidus


Sinais Clinicos
O animal apresenta infecções leves em geral são assintomáticas.Infecções maciças podem causar diminuição no apetite, vômitos,anemia e perda de peso.Em alguns casos pode ou não ocorrer diarréia. (Taylor;Coop;Wall,2009).
O diagnostico é feito por exame de fezes em busca de ovos.Na necropsia, os pequenos vermes avermelhados podem ser vistos na mucosa gástrica.



Tratamento

O tiabendazol, sob a forma de pasta,sabonete e pomada aplicado na dose de 50mg/kg de peso vivo tem eficiência superior a 95% na remoção dos parasitos.


A ivermectina é indicada para o tratamento de várias condições causadas por vermes ou parasitas. Sua ação se dá por meio da paralisação da musculatura de vermes e parasitas, ocasionando suas mortes e eliminando-os.

Fonte : Bayer aves e suinos
Ação Farmacológica

O mecanismo de ação da ivermectina envolve um mediador químico que emite sinais entre as células nervosas ou entre uma célula nervosa e os músculos.Tal, drogra,neuro-transmissora,é denominada ácido gama amino butírico mais conhecido pela sigla GABA.


Referencias Bibliográficas

M.A.Taylor;RL Coop and RL.Wall, 3 edition,Veterinary Parasitology
BARROS, Ciro Moraes; DI STASI, Luiz (eds.). Farmacologia Veterinária. Manole, 2012.
Bula Ivomec . Proprietárioe fabricante: Merial Saúde Animal Ltda

Referências Eletrônicas

Especial Parasitologia em Suínos: Hyostrongylus rubidus. 27/ago.2002.Disponivel em :
Ivermectina (comprimido) Disponivel em :