O Metastrongylus é um
verme branco e fino, com até 6cm de comprimento. Os hospedeiros intermediários
deste parasita são os anelídeos (minhocas) representados por vários gêneros e
espécies. Foram encontradas minhocas abrigando mais de 2.000 larvas de
Metastrongylus spp. que eram viáveis após quatro anos.
Fêmeas (esquerda) e
machos (direita).
Os animais
normalmente se infectam pela ingestão das larvas liberadas pela ruptura da
minhoca, durante o ato de fuçar dos suínos, ou sua própria ingestão quando
contaminada. Os suínos novos são mais suscetíveis a doença e um animal infectado
pode reter a infecção por vários meses e continuar a contaminar o meio
ambiente.
Ciclo biológico
Metastrongylus spp.
Os vermes adultos, localizando-se mais
precisamente nos brônquios e bronquíolos, que uma vez afetados tornam-se
obstruídos, interferindo na respiração normal. Pneumonia, tosse severa,
dificuldade respiratória e perda de apetite podem ser evidências desta
enfermidade, registrando-se ainda enfraquecimento e falha de crescimento em
animais afetados, infecções severas chegam a causar mortes. Além desses
efeitos, estes vermes são considerados portadores de agentes causadores de
outras doenças, como o vírus da Influenza e da Peste Suína.
Vermes em brônquio
A eliminação de ovos
pode ser esporádica em suínos adultos. A doença é encontrada com mais
frequência em suínos criados de forma extensiva, embora tenha ocorrido um surto
ocasional em suínos confinados. A história de doença e os sinais clínicos
também ajudam a estabelecer o diagnóstico.
A metastrongilose tem
uma distribuição etária característica, sendo mais prevalente em suínos de 4-7
meses de idade. Pode ter alta prevalência em javalis. O parasita é comum na
maioria dos países, embora surtos da doença não ocorram com frequência,
provavelmente pelo fato de que a maioria dos sistemas de manejo de suínos não
permitem acesso fácil de suínos a minhocas. Embora geralmente haja indícios de
que a Metastrogylus pode transmitir
alguns vírus de suínos e acentuar o efeito de patógenos já presentes nos
pulmões, o papel do verme não foi comprovado de forma conclusiva.
Extremidade posterior da fêmea |
Extremidade anterior do verme |
O diagnóstico desta
enfermidade não é fácil, em virtude da falta de sinais clínicos característicos
e da existência de outras doenças causadoras de tosse. Entre outras técnicas de
exames fecais, o método de flutuação é efetivo para detectar ovos nas fezes
quando se utiliza solução saturada de cloreto de sódio ou sulfato de magnésio.
Entretanto, o melhor diagnóstico de infecção do rebanho é obtido através da
necropsia, pela presença do verme e lesões características no pulmão. Uma
acurada diferenciação de lesões por outras causas, é seguramente obtida nos
exames histológicos.
Ovo contendo larva
|
O levamisol é um
princípio ativo bastante efetivo para o tratamento de suínos infectados com
vermes pulmonares, ele vai inibir a atividade enzimática no músculo do
parasita. O controle é extremamente difícil quando o manejo de suínos é
extensivo por causa da onipresença e da longevidade dos hospedeiros
intermediários, as minhocas. Em fazendas onde tenham ocorrido vários surtos,
suínos devem ser confinados, medicados e o pasto infectado cultivado ou
utilizado por outros animais.
Referências Bibliográficas:
Taylor, M.A; Coop,
R.L; Wall, R.L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Guanabara Koogan SA, 2007.
<https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/434157/1/CUsersPiazzonDocuments22.pdf>. Visualizado em: 10/05/2016
Taira et al., 2003
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